sexta-feira, 24 de outubro de 2014

'-'


Calado escrevo esse silêncio
E sem som fazendo barulho
Por que o ar aqui já falta
E a vida precisa respirar
Os sinais dos ventos
Sopram pro sul
Sopram pro norte
E nada mais é questão de sorte
É questão de silêncio
Pra não ser só um momento
Mas uma bela estação
Que rompa o silêncio
E barulhentos possamos gritar
E na ponta do lápis escrever
As correspondências de cada velhinho
Que escreve sem ser respondido
Por que seu mensageiro morreu
E sim, ele escuta teu silêncio
Ele sabe o quanto é caro
Mas ele precisa desse tempo
Dessa viagem desconhecida
Que não tá muito longe de seu sentido
mas ele só quer paz
Pra te dar paz
E então pra traz olhar
E saber que na frente tudo será mais belo

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Amar Amando Mar


eu faço de conta que tô
eu faço de conta que fui
mas todo o mundo já sabe
que mesmo longe de tudo
aqui ainda estou
e eu sei que tô
e mesmo fugindo
buscando o sentido
sentindo tudo isso eu tô
e fugindo pro abismo
sorrindo sozinho
por não poder chorar contigo
destruo o abismo que sou
sacudindo a poeira
andando sem eira nem beira
até as arvores e a cachoeira
já sabem que sacudido eu tô
e mesmo não querendo
meu sangue ta ardendo
fervendo  e morrendo
gemendo de dor
todo esse momento
não será só um tormento
por que o sustento
será o teu calor
e no final desses tempos
sorrindo estaremos
por sabermos que tudo girou
como a criança brica bola
e pulando corda
eu sei que dou corda
pro sol não se olha
apenas se um gira sol você flor
mas grudados que cola
poesia e a canção que toca
de uma forma outra
dançaremos na aurora
e contando historia
escreverei tudo em prosa
sonhando com essa hora
a hora que vou
amando o mar
amando aqui está
sorrindo pro amor
amando essa cor
a cor do céu pra onde eu vô
pra falar do que sou
e que surgiu de uma flor
alamanda é a flor
cantando eu vô
até a Alemanha em um voo
só pra rimar, pra cantar
pra ser feliz na beira do mar

Essa é a hora


Sim, já passou da hora
já está na hora de você deitar
A noite é pouco pra te fazer sorrir
Por isso seu telefone irá tocar
Quando você acordar

E se eu já não consegui parar
Sei que que já passou da hora
E se no teu sorriso
Eu me perder, e não ver

Sim, já passou da hora
Já passou da hora de você chorar
Esse dia é o suficiente
pra pra te fazer ficar
Até você acordar

E se eu já não consegui parar
Sei que que já passou da hora
E se no teu sorriso
Eu me perder, e não ver

Eu sei que já passou da hora
E nem sei se ainda dá
Se ainda da tempo pra parar

E se eu já não conseguir parar
Sei que que já passou da hora
E se no teu sorriso
Eu me perder, e não ver

E se no teu sorriso
Eu me perder, e não ver
Não ver o tempo passar

Passeio, Pretérito Pretexto do Presente


Um viajante de certezas
Certo do improvável
Provou de um sorriso
E sem bússola aqui caiu
E se prendeu a essa melodia
Que se mistura a poesia dessa canção
E ao se desprender dos seus portos
Se deixa adentrar
Se deixa vigiar
Mas sem ninguém pra guiar
Já tá indo pra longe
Está bem longe do roteiro
Por que é ilimitado esse contexto
Cheio de rodeios e voltas e passeios
E passeamos ali a noite inteira
E a condição desse contexto
Era um simples e infantil pretexto
Pra ali está
E não dizer nada nos textos
E ao mesmo tempo se entregar
E o nó engasga a garganta
E tudo isso a mente engole seco
Enquanto o tempo passa
Mas a vontade de ainda passear congela
E tempo é como uma saída de mestre
De quem nesta batalha já se mostrou
E só deseja ficar mais um pouco

Sobre o Entendido


Mesmo que falemos assim
Com essas meias palavras 
Com essas palavras que ficam no caminho
Nossos olhos sabem, e enxergam 
Que nesse caminho nossos olhos se cruzaram 
E pelo menos as minhas mãos 
Essas que aqui escrevem 
Querem as tuas tocar 
E por elas te falar 
Sem mais enrolar, fugir ou se esconder 
Tudo que tem me acompanhado 
Tudo que aqui se passa 
O que me digo 
E onde ando  esses dias

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Montanha Russa


Estamos indo embora?
Pra onde?
Pra nossas casas?
Pois já não sei onde  onde é a minha
Mas ao meu esconderijo
essa palavra se encaixa
E a esse labirinto que não é meu
Mas que insisto em chamar de minha casa
Só por que na tempestade me foi um abrigo

Mas esta casa está uma bagunça
Do teto ao porão, da entrada aos fundos
É preciso ordem no recinto
Repressão de todos os sentidos
E mesmo que tudo isso fuja do assunto
E as janelas estejam arrombadas
Essa montanha russa já me fez delirar
fujir, aquietar e revidar, sorrir e chorar
Até mesmo daqui do alto querer me jogar

Essa rima já está pobre
E o meu pensar já não respira
Pois essa montanha russa me sufoca
Pois já atravessartes a cortina
E sendo bom ou não
Provou da minha confusão aconchegante

E no misto de querer ir e ficar
Os meus olhos gritam mais
E te procuram
Mas só encontram névoa e orvalho
E acredite, preciso do escuro
Pra poder me reter e então respirar
Esquecendo e fazendo esquecer
Fugir sem ter que correr
E morrer sem deixar de viver
E meu semblante aqui sempre estará
Mas indiferente a essa aventura
Que de um ângulo é uma montanha russa
E de outro um escorrega bunda

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Ventos de tempestade e psicodelía



O céu olha atentamente pra terra
E nela suspira seus ventos
Que investigam cada rua dessa cidade
E cada rua muitas são as casas
E uma dessas casas
Em uma dessas ruas
Dentro de algum beco
O céu volta suas estrelas como sentinelas
A procura do que existe, mas não se vê
A procura daquilo que não se pode ter
Procurando só por querer
Só para poder ver, e então saber
E ao percorrer a cidade
O vento esbarra em muitos reflexos
São vidros que protegem essas pequenas feras
Que cheias de amor para esconder
Torturam dia e noite a todos que ali ousam passar
Pois sabem que ali não se pode pisar
E estão ali incumbidas de aterrorizar
E cheias por se alimentarem de tal medo
Continuam a sorrir, e olhar pro mesmo olhar
Caçando a brisa da calmaria
Amedrontando os ventos de tempestade
Pois é assim mesmo que está a cidade
Em estado de devassidão
Sendo invadida por esses ventos
Que do céu vem só pra tirar a paz
De cada rua, de cada casa, de cada beco
Que era reinada pela ordem e sensatez
Essas que por aqui já não andam a tempos
Pois toda tranquilidade de acordar único
Se foi junto com harmonia de um quarto que era sereno
E hoje é habitado por esses ventos
E sabe o que pior? não se pode moldar o vento
São apenas vento... e dependendo da sua intenção

Pode trazer paz como pode jogar tudo pelos ares

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Não é hora de jogar tudo fora



Onde andas?

já se passou tanto tempo desde a ultima vez que te vi
Estavas com o mesmo sorriso de sempre
A conversa era boa, lembro de quando nos conhecemos
Cada letra era uma novidade, as quintas-feiras
Até o céu era diferente quando anoitecia
Ao pé da arvora a contemplar os nossos sorrisos

O tempo que hoje já não tenho nem pra lembrar
as tarde que gastávamos como se nem houvesse amanhã
inconsequentes sentimentos e olhares que me rodeavam as noite em claro
por que sempre era mais interessante os teus sms no meu celular velho
no meio da madrugada, as risadas que incomodavam roda rua
por que era feliz te conhecer e adentrar no teu ser, em meio teu viver
lembro de largar tudo, os caminhos, e os outros sorrisos efêmeros
por aquele que me conquistara de uma só vez
de cada gentileza e bajulação só pra agradar e querer bem
de segurar na sua mão pela primeira vez e sentir seu acanho
do teu abraço que acompanhava a calmaria de te ver
aquela incerteza sobre os passos dados a cada dia
e tudo que incrementava aquele mês março

faz tempo que nos encontramos, mesmo parecendo que te vi ontem
faz tempo que te vejo, faz tempo que não te acho
por que dentro de mim se perdeu  as lembranças
os fatos, as lutas, as angustias e cada dificuldade vencida
não sei qual é o sentido do meu viver desde que me perdi
desde que me encaminhei por caminhos descaminhados dos teus pés
não lembro foste embora, ou se eu fui
não lembro nem da ultima fez que te escrevi
não lembro da ultima vez que ouvi a tua voz

Foi eu que fui embora, mas estou perdido no caminho
e precisos de sua mão para preencher a minha vazia
Preciso me encontrar novamente em teus olhos, em teu mundo
que parti a muito tempo

já faz dois anos que fui feliz

Canta pre eu dormir essa noite? ... E depois durma ao telefone...

Sim, essas palavras saíram pelos olhos