terça-feira, 28 de junho de 2016

Sem Cordas


O violão ficou jogado pro lado
Cansado de ser tocado
Mãos desmerecidas o desafinaram
Tocaram batidas que o batiam
Além de entoar canções inexistentes 
Foi tocado, foi tocado, foi deixado
Pro canto de lado jogado pro alto
Em autorretrato foi retratado
Destratado pelo toque do finotrato
Que em alto e bom tom
Tomou seu braço cheio de embalo
Cambaleando e arrastando-se infantilmente
Assistiu o drama da dança
Que sem musica foi desmascarado 
Atormentado, desmotivado e mal avaliado
Ficou sem cordas, sem notas, sem volta
E de volta para lá agora
De onde nunca deveria ter vivido 
Tocado, deixado, cansado
Amedrontado não mais
Seguir para onde deve ficar

Um pedaço em cada lugar

Entre vários ventos fortes
E embaixo de um sol alegre
O mais vivo que já vi
Ou na estrada escura sob o luar
Só havia tatos de toques 
Barulhos de passos e folhas
E o medo da porta bater
Ou da porta abrir e seguir
Entre palavras que brincavam
Que se jogavam como rimas
Rios se iam como a noite
E se foi, foi indo, foi mais
Foi tanto que morreu no mar
Normal pra quem se foi
Mas mal pra quem só ria
Só restos a quem morria 
Lembranças a quem sorria
Lento se tornou o vento
Veio o vento, passou o vento
Só restou o os lugares
Por toda a cidade tem lugar
E em cada lugar tem um pedaço
Um sorriso que viveu 
Por toda cidade ficou 
É só andar pela cidade