Sem ar,
O quem tem está amargo
E a apertar meu peito maltratando-me
A cada segundo me sinto mais sufocado
O que tem a sair, não o deixo
Sei que sou forte o suficiente pra isso
Só preciso de uma sombra
Talvez ela me desague de vez
E assim me sentirei livre desse peso
Essa pedra que não sou obrigado a carregar
Preciso me deitar em uma sombra
Para poder assim seguir o leito
E ser o leito, e o também o afluente
Nenhuma gota sequer enfeita minha face
Apenas há frio a tremer meus lábios
A cada segundo mais apertado fica
Por cada ferida a sangrar em meu corpo
Que ninguém vê
Mas eu sinto, e doe, e sangra
Só Ele vê, só Ele sabe